Cálculo de verbas rescisórias: como funciona?

Entenda o que são verbas rescisórias e como calcular corretamente

Ao encerrar um vínculo empregatício, seja por decisão do empregador ou do empregado, o pagamento das verbas rescisórias se torna um dos momentos mais importantes e delicados. Saber exatamente o que deve ser pago e como calcular essas verbas evita prejuízos, tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Mas, afinal, como funciona o cálculo de verbas rescisórias?

Neste artigo, vamos explicar de forma clara, objetiva e aprofundada tudo o que envolve esse processo. Você vai entender quais são os direitos envolvidos, as diferenças entre os tipos de rescisão e como garantir que os valores estejam corretos.

O que são as verbas rescisórias?

As verbas rescisórias são todos os valores que o empregado tem direito a receber no momento do encerramento do contrato de trabalho. Esses valores variam de acordo com o tipo de rescisão, o tempo de serviço e os direitos adquiridos durante o período trabalhado.

Elas representam uma compensação e um acerto de contas entre empregado e empregador, garantindo que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados no desligamento.

Tipos de rescisão e seus impactos no cálculo

Para compreender como o cálculo funciona, é essencial conhecer os diferentes tipos de rescisão e como cada um deles afeta o pagamento das verbas rescisórias:

1. Demissão sem justa causa

É a forma mais comum. Quando o empregador encerra o contrato sem que o empregado tenha cometido falta grave, o trabalhador tem direito a:

  • Saldo de salário dos dias trabalhados

  • Férias vencidas + 1/3 constitucional

  • Férias proporcionais + 1/3

  • 13º salário proporcional

  • Aviso prévio (trabalhado ou indenizado)

  • Multa de 40% sobre o saldo do FGTS

  • Saque do FGTS e acesso ao seguro-desemprego

2. Pedido de demissão

Quando o funcionário pede para sair, ele perde alguns direitos em relação à demissão sem justa causa. Nesse caso, tem direito a:

  • Saldo de salário

  • Férias vencidas + 1/3

  • Férias proporcionais + 1/3

  • 13º salário proporcional

O aviso prévio deve ser cumprido ou indenizado pelo empregado, e ele não pode sacar o FGTS nem receber seguro-desemprego.

3. Demissão por justa causa

Acontece quando o empregado comete uma falta grave. Nesse caso, perde a maioria dos direitos e recebe apenas:

  • Saldo de salário

  • Férias vencidas + 1/3 (caso existam)

4. Rescisão indireta

É quando o empregado encerra o vínculo por culpa do empregador (como assédio, atraso de salário, etc). Tem os mesmos direitos da demissão sem justa causa.

5. Acordo entre as partes (art. 484-A da CLT)

Quando empregador e empregado decidem, de comum acordo, encerrar o contrato. Nesse caso, o trabalhador recebe:

  • Metade do aviso prévio

  • Metade da multa do FGTS (20%)

  • Pode sacar 80% do saldo do FGTS

  • Não tem direito ao seguro-desemprego

Como calcular as principais verbas rescisórias

A seguir, veja como são feitos os principais cálculos:

Saldo de salário

Corresponde aos dias trabalhados no mês da rescisão. Exemplo: se o salário é R$ 3.000 e o funcionário trabalhou 10 dias, o cálculo será:

R$ 3.000 ÷ 30 × 10 = R$ 1.000

Férias vencidas e proporcionais

Se o funcionário tem férias vencidas, o valor será o salário integral + 1/3. As férias proporcionais são calculadas com base no número de meses trabalhados após o último período aquisitivo.

13º salário proporcional

É o valor proporcional ao número de meses trabalhados no ano. Exemplo: se trabalhou 8 meses, o cálculo será:

Salário ÷ 12 × 8

Aviso prévio

Se for indenizado, será pago integralmente com base no salário do empregado. Para contratos com mais de um ano, há acréscimo de 3 dias por ano completo, até o limite de 90 dias.

Multa de 40% do FGTS

O valor corresponde a 40% sobre todos os depósitos feitos na conta vinculada do FGTS ao longo do contrato de trabalho.

Prazos para pagamento das verbas rescisórias

O prazo legal para o pagamento das verbas rescisórias varia conforme o tipo de aviso prévio:

  • Aviso trabalhado: pagamento até o primeiro dia útil após o término do contrato

  • Aviso indenizado: pagamento até o décimo dia a partir da data da demissão

O descumprimento desses prazos pode gerar multas ao empregador.

Documentos importantes no momento da rescisão

Para garantir que tudo seja feito de forma correta e transparente, é importante que o empregado tenha em mãos:

  • Termo de rescisão do contrato de trabalho

  • Comprovante de pagamento das verbas

  • Guias para saque do FGTS

  • Requerimento do seguro-desemprego (se aplicável)

  • Carteira de trabalho atualizada

A importância de consultar um especialista

Embora existam ferramentas e calculadoras online que ajudam a simular o cálculo das verbas rescisórias, contar com a orientação de um especialista é essencial. Um erro nesse processo pode gerar perdas financeiras significativas ou até disputas judiciais.

Um advogado trabalhista em Toledo pode analisar o contrato, conferir se todos os direitos foram respeitados e garantir que o trabalhador receba tudo o que tem direito.

Considerações finais

O cálculo de verbas rescisórias é um tema que exige atenção, conhecimento da legislação e cuidado com os prazos. Cada tipo de rescisão impõe obrigações e direitos diferentes, e conhecer esses detalhes é fundamental para tomar decisões com segurança.

Se você está passando por uma rescisão contratual e deseja garantir seus direitos ou tirar dúvidas sobre valores e prazos, buscar orientação jurídica é sempre a melhor escolha. Um profissional qualificado pode evitar que você perca benefícios importantes e garantir um encerramento justo da relação de trabalho.